O Chamado de Deus

O Chamado de Deus – Um Artigo de J.G. Bellett


 Nos dias que antecedem o dilúvio, os que pertencem à família de Deus trilham um caminho de peregrinos. Eles deixam o mundo para Caim.

Não há neles nenhum sentimento de disputa e nem tampouco o menor indício de queixa. Eles não dizem, e nem pensam em dizer, "Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança" (Lc 12:13). Em seus hábitos e princípios de conduta, eles são tão distintos de seu irmão infrator (Caim) que parecem pertencer a uma outra raça; é como se vivessem em outro mundo.

A família de Caim é que faz toda a história do mundo. Eles constroem as cidades, eles promovem as artes, eles conduzem os negócios, eles inventam seus prazeres e passatempos, Gn 4: 17; Gn 4: 20,21,22. Mas em nada disso é encontrada a família de Sete.

Os daquela geração chamam às suas cidades por seus nomes; os desta se fazem chamar pelo nome do Senhor. Os daquela fazem tudo o que podem para tornar o mundo seu, e não do Senhor; os da outra fazem tudo o que podem para se fazerem do Senhor e não mais pertencerem a si mesmos.

Caim escreve seu próprio nome sobre a terra; Sete escreve o nome do Senhor sobre si. Podemos bendizer ao Senhor por este vigoroso perfil de estrangeiros celestiais vivendo na Terra, e rogar por graça para experimentarmos em nossas almas, e em nossas vidas, um pouco do seu poder. Temos uma lição a aprender disso.

Os instintos de nossa mente renovada nos sugerem que sigamos o mesmo caminho celestial com igual certeza e desembaraço. O chamado de Deus nos indica esse caminho, e todo o Seu ensino exige que o trilhemos. Os passatempos, costumes, interesses e prazeres dos filhos de Caim nada significam para esses peregrinos.

Como ocorre ainda hoje, eles deixam bem claro que rejeitam a idéia de que este mundo seja capaz de lhes trazer satisfação.

Eles estão descontentes com o mundo e não se esforçam nem um pouco para inverter esta situação.

É nisto que está fundamentada a sua separação da senda de Caim e de sua casa. Eles não estavam preocupados com o país que os cercava, mas procuraram uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial.

Eles são completamente contra o caminho de Caim, e têm um claro discernimento do caminho de Deus O Senhor deseja que sigamos esse mesmo padrão, estando no mundo, mas não sendo do mundo.

Somos do céu, embora ainda não estejamos lá (exceto no que diz respeito à nossa posição em Cristo).

Paulo, no Espírito Santo, desejou também que fôssemos assim, seguindo o exemplo daqueles cuja "cidade está nos céus" (Fp 3:20).

Pedro, no mesmo Espírito, desejou que fôssemos como "peregrinos e forasteiros", abstendo-nos "das concupiscências carnais" (1 Pd 2:11).

Tiago nos convoca, no mesmo Espírito, a sabermos que "a amizade do mundo é inimizade contra Deus" (Tg 4:4).

E João nos separa como de um só golpe: "Sabemos  que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno" (1 Jo 5:19).