“Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades: o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” Is 53:5
Um certo escravo africano por nome Garra, não suportava mais as crueldades de seu senhor, por
nome Libé, então decidiu fugir. Não era ignorante quanto aos perigos, mas qualquer coisa era
melhor que as crueldades de seu senhor, também sabia que jamais um escravo que tentou tal
empreendimento havia sido perdoado, e tida sua vida poupada. Mas assim mesmo estava decidido.
Seria na manhã seguinte.
Não hesitou, quando acordou partiu. O caminho era árduo, e tinha que atravessar um campo de
silvas(plantas medicinais), infestado de serpentes, e após isso atravessar um rio infestado de
crocodilos. Quando atingiu a margem do rio, viu ao longe Libé, com um grupo de guerreiros que
cavalgava velozmente. Mesmo com tantos crocodilos sob os juncos. Garra não hesitou e se lançou
em direção ao rio, pois temia mais ao seu senhor que aos animais. Mas uma mão hábil atirou-lhe
uma flecha, que foi certeira em sua perna, fazendo o cair, antes mesmo de atingir um ponto de
fundura no rio. Ali parado vendo suas esperanças de liberdade e vida se distanciando, esperou pelo
pior. Para sua surpresa de repente parou um carro e um senhor branco, correu em sua direção. Mas
o desumano senhor, a passos rápidos de cólera e ira, aproximou-se com sua arma, sendo
interpelado pelo europeu branco.
- Escuta-me por favor .
- Não escuto nada, nem ninguém, o escravo fugitivo merece a morte.
- Eu vim até o teu país em busca de tesouros. Vou lhe mostrar. Escolhe o que te agrada e
poupa a vida do escravo. (Assim lhe foram abertos os caixotes)
- Nada me agrada- respondeu Libé com desinteresse.
- Dou te tudo. Voltarei para meu país com os caixotes vazios, mas gostaria de salvar esse
homem..
Escuta homem branco, tenho tudo isso que ai vejo. Isso que aí tens, não interessa a Libé. Libé quer
ver sangue.
Voltando-se para um de seus guerreiros deu-lhe ordem de matar o escravo. Com um movimento
repentino, o europeu interpôs-se. A flecha mortífera atingiu-o num braço, e do ferimento surgiu um
fio de sangue.
- Agora vês o sangue, Libé; o teu desejo foi satisfeito. Agora o escravo me pertence.
Com um gesto o europeu ordenou a Garra que subisse no carro e em seguida subiu com ele,
deixando Libé confuso e um pouco inquieto. Em seguida dirigiram-se a toda pressa a um posto
missionário, onde foi lhe prestado os socorros necessários.
Por sua vez, Garra não sabia como agradecer ao europeu, que para o salvar, teria colocado a sua
própria vida em jogo. Nesse momento o europeu olha para Garra e diz:
- Garra, já não és mais escravo; és um homem livre.
- Patrão, não quero ser livre. Quero ser seu escravo para sempre.
Para Garra era inexplicável por que razão o homem branco arriscou a própria vida sem ter nenhum
interesse nele, um pobre escravo.
- Vou explicar tudo a você Garra – disse o europeu. – Eu mesmo já estive em poder de um
amo, ainda pior que o seu, Satanás. Nada mais tinha diante de mim que a morte eterna.
- E quem o salvou, patrão ?
- Deus enviou um Salvador, Jesus Cristo. Ele deu a sua vida por mim, e por você também.
Garra durante muito tempo repetia constantemente:
- É muito difícil, Garra não compreende.
Depois de tempos, encontrou a paz crendo simplesmente no sacrifício de Jesus.
- O patrão salvou Garra duas vezes: salvou-o de Libé e das mãos de Satanás.
Você já pensou que você leitor, também foi salvo das mãos de Satanás.