Sou Feliz / Quão Grande És Tu!

 Sou Feliz Com Jesus! - Horatio Gates Spafford & Franz Joseph Haydn 

Em Novembro de 1873, o navio "Ville de Havre" zarpou da cidade de New York (Nova Iorque) para a Europa. Entre os passageiros se encontravam, a bordo, a Sra. Spafford, esposa de um advogado em Chicago, com seus quatro filhos.

A viagem estava quase no fim, estando já a vista as costas da Inglaterra, quando ocorreu uma terrível catástrofe. Na escuridão da noite um barco colidiu com o "Ville de Harve" e este começou logo a afundar.

A Sra. Spafford ajuntou os seus filhos ao seu redor e encomendou-os a Deus. À medida que a água subia, mais e mais, dentro do navio um dos filhos procurou confortar sua mãe em prantos, lembrando-a de que era tão fácil ser chamado à presença de Cristo, tanto do mar, como de casa, na América!

Um a um, os seus queridos filhos foram arrancados dos seus braços, perecendo diante dos seus olhos. Ela, porém, foi milagrosamente poupada e salva, algumas horas mais tarde, por outro navio.

Supondo que a notícia do desastre seria logo divulgada pelo mundo, a Sra. Spafford assim que atingiu o porto, enviou um telegrama ao seu marido. Este havia recebido a notícia do naufrágio do navio e da perda de seus passageiros, mas ainda não sabia da perda dos seus entes queridos.

Com o coração pulsando fortemente e com mãos vacilantes ele abriu o envelope. A mensagem era curta, consistindo em apenas duas palavras. Seus olhos foram diretos à palavra "salva", dando ao seu coração uma repentina sensação de alegria. Relendo, porém, o telegrama, notou a segunda palavra: "só", causando-lhe uma terrível mudança de sentimentos. Num determinado momento foi cheio de um gozo inefável; e no momento seguinte, inundado de indescritível tristeza!

Contudo, ele pôde agradecer a Deus por ter salvo a sua amada esposa, ainda que lamentasse a perda dos filhos queridos.

Dois anos mais tarde o mesmo Sr. Spafford perdeu grande parte dos seus bens num incêndio que houve em Chicago, mas a sua fé cristã sempre firme permitiu que ele superasse todas aquelas perdas.

A despeito de tudo o que lhe aconteceu, foi capaz de sentar-se e escrever o lindo hino conhecido por toda a terra e cantado por muitos povos em diferentes livros de hinos existentes.

 

Quão Grande És Tu!

Falemos hoje sobre a canção “Quão grande és tu”, que faz parte de muitos livros de hinos pelo Brasil e pelo mundo.

Composta por Carl Gustaf Boberg, nascido na Suécia, se converteu aos 19 anos, trabalhou como editor de uma revista semanal cristã quando tinha 31 anos, entre 1890 e 1916.

Sofreu um derrame em 1937 e veio a falecer em 1940, com 81 anos de idade.

Como nasceu o hino?

A história começou em 1885, em um dia quente de verão, Carl e outras pessoas de Monsteras foram em uma reunião, em uma localidade ao sul de sua cidade. Naquele momento o sol raiava como nunca. Enquanto voltava da reunião, caiu uma tempestade, a chuva caía, os ventos sopravam nas árvores. Todavia, em uma hora, a chuva cessou-se e o arco-íris apareceu. Ao chegar em sua casa, ele abriu a janela e viu o estuário, em frente de sua casa, brilhando como um espelho. Do outro lado do rio, pássaros cantavam no bosque, enquanto um funeral acontecia, o que permitia ouvir-se os sinos badalando, naquele entardecer. 

Meu Deus! Tantas coisas, foram mais do que suficientes para que Carl Gustaf Boberg mentalizasse alguns versos sobre a grandeza de Deus. Aos poucos os versos vinham, até que surgiu o poema O Store Gud. No ano seguinte, pela primeira vez é publicado esse poema, no jornal local de Monsteras. Passado alguns anos, em 1891, é publicado o hino na revista semanal da qual ele era editor, já com música. 

Outras versões foram criadas. A primeira é em alemão, feita por Manfred Von Glehn. Três anos mais tarde, o brasileiro João Gomes da Rocha, traduz para o português.

Entretanto, a grande difusão mundial se deu com o russo Ivan Prokhanoff, em 1927. 

Stuart Keene Hine, valoroso missionário inglês, conheceu a versão russa, feita por Ivan. E através de Stuart nasceu a versão mais conhecida entre nós. Em viagem, hospedado em uma pequena vila, ouve grandes trovões, ecoando durante uma tempestade, e baseado no hino de Ivan, criou a primeira estrofe, que traduzida seria “Senhor, meu Deus, quando eu, maravilhado, considero as obras feitas por tua mão, vejo as estrelas, ouço o trovão potente, o teu poder demonstrado através de todo o universo”. 

Seguiu sua viagem, e Stuart atravessa a fronteira com a Romênia, e encontrou lá alguns jovens cristãos. Passeando entre os bosques e as florestas, ouvindo os pássaros cantando nas árvores, ele induz a todos cantarem a canção de Ivan Prokhanoff. Assim, inspirado pela letra russa, ele continuou a compor as estrofes: “Quando eu vagueio pelas matas e clareiras na floresta, e ouço pássaros a cantar nas árvores docemente, quando olho desde a grandeza da montanha altaneira, ouço o riacho e sinto a suave brisa”. 

A terceira estrofe retrata a manifestação do amor de Deus no Calvário: “E quando penso que Deus não poupando a seu filho, enviou-o para morrer – mal posso entender que sobre a cruz, suportando de bom grado o meu fardo, verteu seu sangue e morreu a fim de tirar o meu pecado”. Essa nasceu em uma viagem evangelística.

A quarta estrofe fala do anseio de ir morar com o Senhor: “Quando Cristo vier com brado de aclamação, e levar-me ao lar – que gozo encherá meu coração! Então me prostrarei em humilde adoração, e proclamarei ‘Meu Deus, quão grande és tu! ’”. Estrofe essa que nasceu quando Sturt fazia uma distribuição de folhetos.

 

A versão de Carl e a de Ivan são bem respeitadas, mas a de Stuart realmente tem uma linda inspiração.